The Dead Forum

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#1
 Layah

Layah
Moderador
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[Repostando minha fic =) ]

Capitulo 01 –Segredo.

_Dave? Dave, acorda. Eu estou com fome.
Um menino de aproximadamente dez anos sacodia de leve o monte de cobertores que era Dave dormindo. Ben tinha o cabelo e olhos claros, algumas sardas, a pele queimada pelo sol e tentava acordar o amigo sem muita empolgação. Então apareceu um rosto cansado para fora dos cobertores. Dave tinha por volta dos quinze anos e se parecia muito com Ben.
_O que foi?
_To com fome. A gente não tem mais comida...
Dave se levantou e vasculhou em todas as caixas e por ultimo olhou na mochila que usou na ultima vez que foi pra rua. Achou uns restos bem no fundo, algumas barrinhas de cereal e meia garrafa de um suco estranho.
_Aqui amiguinho, é tudo que sobrou. Pode comer, eu vou procurar mais coisas por ai.
_Não! Fica comigo. Não vai lá fora de novo.
_Cara, você me acordou porque está com fome e não quer que eu saia... o que você quer que eu faça? Não vai brotar comida aqui dentro.
Eles estavam em uma casinha na arvore no quintal da casa de Dave, era um quintal bem grande em um bairro de classe média. Dave se arrumou com agasalhos, botas, a mochila vazia para guardar o que encontrasse e o pé de cabra que encontrara dias antes na própria garagem.
_Eu vou voltar, acredite. Sempre voltei. Vou arranjar algumas coisas pra mais uns dias e depois achamos um lugar decente. Não saia daqui, não faça barulho. Está bem?
Ben assentiu com a cabeça silenciosamente, tampou as janelas com cobertores e trancou o alçapão depois que Dave desceu. Então sentou em um canto comendo as ultimas barrinhas com um suco amargo de laranja, seria a melhor refeição do dia e estava ótimo.

Dave começava a suar em baixo do moletom e limpou a testa com as costas da mão, estava muito quente mas ele não saia mais para as ruas sem se agasalhar, era uma boa proteção. Ele foi um pouco mais longe dessa vez e encontrou um posto de gasolina com a loja de conveniência quase intacta, porém cercada de mortos vivos. Se escondeu atrás de um carro para pensar, só precisava distraí-los. Se aproximou o máximo que conseguiu, estava perto de uma das bombas de combustível e havia dezenas de coisas andando entre a bomba e a porta da loja. Dave tirou um embrulho pequeno do bolso externo da mochila e pegou um isqueiro no bolso da calça, desembrulhou um track, acendeu e jogou o mais longe que conseguiu pra fora do posto. Era fraco e causou mais barulho que explosão. Aos poucos os mortos vivos caminhavam em direção ao barulho deixando a passagem livre. Dave se esgueirou até a loja de conveniência e encheu a mochila com bolachas, salgadinhos, refrigerante quente e até algumas garrafas de água que encontrou.
_ Foi bem arriscado ir tão longe mas valeu a pena. – ele falou baixinho sorrindo, mais para si mesmo do que para alguém em especial.
Voltou a mochila sobre os ombros e abriu a porta com cuidado para sair. Um morto vivo que havia ficado do lado de fora agarrou seu braço mordendo e puxando a blusa, ele caiu para trás com o susto e procurou por algo para se defender, então puxou o pé de cabra da cintura e acertou a coisa. Ele ainda ficou um tempo no chão ao lado da coisa morta até se recuperar do susto, guardar o pé de cabra e se levantar. Muitos mortos vivos ainda estavam distraídos no ponto aonde o track estourou e Dave deu a volta pelo outro lado para sair do posto.
Ele parou longe de lá para conferir seu braço, puxou a manga meio rasgada e não havia nem um arranhão. Sorriu nervoso massageando o braço. Puxou a manga e continuou caminhando devagar para voltar pra sua casa. No caminho passou por um ginásio de onde vinha muito barulho, grunhidos, gemidos, arranhões.... e um som diferente. Uma pessoa gritando. Ele parou e ficou observando por um tempo até notar uma pessoa perto das grandes janelas de vidro. Parecia estar em cima de uma plataforma se comprimindo contra o vidro enquanto tentava se proteger da multidão de mortos vivos em baixo.
_Droga! Fala sério Dave, você não vai se enfiar lá pra ajudar uma pessoa condenada né? Ah... ok, vamos lá. – Ele suspirou e deixou a mochila perto de uma arvore para se locomover mais fácil decidido a ajudar a pessoa.
Ele subiu na arvore o mais alto que conseguiu firmando-se em fendas do tronco ou restos de galhos quebrados, se estabilizou em um ponto e olhou para a grande janela de vidro perto dali. Podia ver bem melhor agora, era uma mulher que tentava se defender da multidão esfomeada. Ela parecia não ter visto o garoto ainda e estava claramente perdendo a força. Dave procurou por meios de chegar até o alto do prédio sem ser preciso entrar pela porta, então viu uma fiação presa nas folhagens da arvore que se ligava um pouco acima da janela. Seria perfeito, fora o ponto arrebentado e enroscado estava tudo encapado em borracha, ele se segurou e guiou-se até o beiral da janela. Dava pra ver que o teto estava destruído. Ele bateu de leve no vidro para chamar atenção da mulher e apontou para o teto. Ela olhou assustada para trás e viu Dave. Balançou a cabeça dizendo não e continuou encarando os mortos vivos abaixo dela. Dave tirou o cabelo do rosto limpando o suor irritado, andou pelo beiral até o final daquela parede e apoiou-se na calha e em uma viga para alcançar o teto. Subiu nas placas de zinco que formavam o telhado e andou até a parte destruída próximo a garota.
_Você precisa subir aqui! Me de sua mão. Anda logo garota. – Dave havia parado um pouco longe e ela teria que pular para outra plataforma antes de alcançá-lo.
_Não posso, eles vão me seguir até ai e não vou conseguir subir.
_Não grite, você está deixando eles nervosos! Anda logo. Eu estou tentando salvar sua vida, colabora.
_Eu não pedi ajuda!
_Você não está realmente em uma boa posição pra discutir isso sabe... Bah, deixa pra lá. – Dave se levantou e começou a ir embora.
A garota se sentiu a pessoa mais idiota do mundo, era óbvio que ela queria ajuda. Esgueirou-se encostada na parede e pulou para a plataforma ao lado. O barulho chamou a atenção dos mortos vivos abaixo e logo a multidão começou a se apertar e se amontoar em baixo dela. Ela olhou para cima e viu Dave ainda andando pelo telhado.
_ESPERA! Me ajuda!
Dave olhou para trás, viu a garota com os braços esticados em direção ao buraco no teto e uma multidão se amontoando nesse momento a centímetros dos pés dela. Correu, estendeu o braço, agarrou a mão dela e puxou.
_Qual seu problema? Ficou maluca?
_Desculpa. Eu não sabia se era seguro ir com você e...
_Você é louca! Olha lá em baixo, como eu posso ser mais perigoso que aquilo?
_Eu já pedi desculpa tá legal? É só que... já passei por tanta coisa esses dias...
Dave não quis perguntar o que aconteceu para a mulher achar que ele podia ser perigoso e ficar em duvida do que fazer tendo tantos mortos vivos em seus pés. Ele suspirou olhando-a com pena. Não parecia fraca, tinha um cabelo longo preso numa trança, uma mochila, vestia uma calça jeans e uma camiseta. Era uma pessoa normal. “uma pessoa” ele repetiu mentalmente.
_Vem, vamos sair daqui.
Ela assentiu e o seguiu em silencio de volta para o chão. Ele pegou de volta a mochila perto da arvore e a guiou para seu esconderijo no quintal de casa. Passaram por um buraco no muro da casa tampando-o em seguida, seguiram para o quintal e Dave indicou a casinha na arvore para a garota subir. Ele subiu em seguida e Ben deu um abraço no amigo quando o viu entrar.
_Eu trouxe algumas coisas pra você carinha, pode comer. – Dave entregou a mochila ao menino, tirou o moletom e abaixou alguns cobertores da janela.
_Obrigado. Quem é ela?
_Hanna, eu sou Hanna. Seu amigo me salvou.
_Ela vai ficar aqui com a gente Ben.
_Que lugar é esse? Porque vocês estão enfiados numa casinha na arvore num quintal se tem uma casa para ficarem? – Hanna encarava a casa que contornaram pra chegar ao quintal.
_Ah, não. Não é uma boa ideia. Aqui em cima é bem seguro, pelo menos até achar um lugar melhor onde possa cuidar do Ben.
Nesse instante Hanna viu vultos cambaleantes andando dentro da casa e Dave tampou sua boca antes que pudesse gritar de susto. Ele a empurrou fazendo-a sentar no chão, fez um sinal pedindo silencio e destampou sua boca devagar.
_São meus pais – disse baixinho encarando-a.

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